No que concerne à disciplina, nunca tivemos grandes problemas, cá por casa.
Não é uma criança-cegamente-obediente, mas também nunca foi uma criança-extraordinariamente-desobediente.
Está no meio termo.
Naquele "lugar" onde tem liberdade e permissão para questionar, brincar, crescer, sem ser mal educado.
Acontece que existe uma linha mito ténue que separa ambos... todos temos conceitos de educação diferentes, e o que para mim é tolerável e adequado,
pode ser inversamente desadequado e intolerável para muitos.
Na conquista do que é o seu espaço, o caminho é longo, e se não houver alguma permissividade, não creio que possam experimentar e crescer harmoniosamente.
Hoje ficou em casa.
Está com imensa tosse, muito congestionado e não dormiu toda a noite.
Estive com ele durante a manhã a brincar e a ler livros, mas chegada a hora de me sentar ao computador, pedi-lhe que me desse algum tempo para trabalhar.
Percebeu a dinâmica da coisa, e foi para o quarto brincar.
Passo a passo, a sala começou a encher-se de brinquedos.
Primeiro um, depois outro, até que mal conseguia andar, sem obstáculos.
Como não sou muito dotada para os 100m barreiras, lá me afastei uns minutos do trabalho, enquanto lhe explicava que pode e deve trazer os brinquedos para a sala, contudo tem de os arrumar depois.
E, se para os trazer a euforia é gigante, já para os arrumar a coisa muda de figura.
E aqui apareceu o Capitão.
A mãe-Capitão.
Que ordenou ao Soldado que arrumasse tudo, enquanto lhe preparava o banho.
A brincadeira foi de tal forma engraçada, que depressa me fez continência e a palhaçada começou a reinar.
Em menos de nada, a sala estava arrumada, o banho tomado, e o lanche comido.
No fim, lá se rendeu ao cansaço, e acabou por adormecer a ver o Toy Story.
Quem disse que vida de Soldado era fácil?